America Sem Roteiro

Acho que o pior perrengue que ja passei na vida.

No inicio tranquilo, saimos de Coro as 5h50 da manha rumo a rodoviaria, ali ao inves de pegar onibus pegamos um coche directo, uma especie de taxi coletivo, 6 pessoas dentro de um carro vèio, s vezes caindo as pedacos.
Fomos primeiro pra Maracaibo que è a cidade mais proximo da Fronteira norte da Colombia, como sempre o povo quis nos enrolar pra varias, mas blz, negociamos e o cara disse que sairimos em 15 minutos, isso ja eram 10h15 da manha, horario que chegamos em Maracaibo, so que o carro so saio 11h55 e ainda paramos num posto de gasolina e ficamos 25 minutos pra abastecer, isso num calor do cacete e num carro caindo literalmente aos pedacos, pra ter uma ideia o que segurava os bancos da frente pra nao cair era uma amarracao com o que foi um dia um cinto de seguranca, alias cinto de seguranca acho que è proibido usar aqui.


Blz, entramos na estrada e comecou os comandos, como existe uma instabilidade entre os governos de Venezuela e Colombia e ainda existe o risco de trafico de drogas, as estradas tem exercito por todo lugar, acho q a cada 5km tem uma barricada todos fortemente armados, e em todos tem que se parar, todos, acho que paramos em uns 15 pelo menos, alguns pedem passaporte, fazem pergunta, revistam malas, pedem propina (o que aconteceu, logico) que pode ser dinheiro, relogios, roupas, o que o cara tiver precisando na hora. Pior ainda è que em varios lugares existe o exercito e uma especie de policia portuaria, ai fudeu, mesmo estando do lado um do outro, os caras pedem tudo de novo, tem que tirar oculos, bone, se necessario sair do carro, aqui todo mundo è desconfiado, ate dentro do carro as pessoas ficavam se olhando, teve uma mulher q me olhou a viagem toda (nao foi paquera, acho q ela acha q eu era ladrao mesmo).

Mas blz o o carro mesmo zuado conseguiu terminar a travessia, mas ainda tivemos que pagar uma taxa de saida do pais de R$ 40, num posto no meio do nada, depois demos saida na Venezuela e entrada na Colombia, mas como os postos sao longe toda hora tinha q descer do carro, ao entrar na Colombia uma senhora estava com algumas bagagens e o cara so liberou com propina, claro.

Chegamos a Maicao ja na Colombia e fomos comprar as passagens, ai sim onbus melhor, mas pra todos que perguntamos (da propria empresa) as informacoes eram diferentes. Pegamos o bus e o que era pra ser uma viagem de 6horas se tornou 10h, novamente varias vezes o onibus foi parado pelo exercito (na area existe muito trafico e a tal da FARc), numa delas um soldado entrou com um AK-47 e revistou todo o onibus.

Claro que tudo isso custou so R$ 90.00, entao esse perrengue todo faz parte do pacote...

Enfim depois de parar em varias cidades chegamos em Cartagena, e de primeira ja vimos que è um paìs mais preparado para o Turismo, com precos fixos e informacao. Mas esse è outro post...

Asta

Enfim chegamos numa cidade mais honesta, de Tucacas pra Coro leva uma media de 3,5 horas e pagasse Bs.F. 40, claro, depois de brigar com o cobrador que queria cobrar 60, chegamos e achamos sem querer a Posada El Gallo, um lugar fora do serio, o melhor hostel que ja fiquei, rustico, boa musica, boas pessoas, o tempo parou aqui, atè para cobrar sao diferenciados. Mais tarde, perguntei pro dono se tinha cerveja, o mesmo disse que sim e me mostrou o freezer, que devia ser de 1950 kkkk, pedi duas cervejas e ele disse q la nos mesmos poderiamos pegar e marcar numa losa ao lado a quantidade que bebemos e na no check out ele cobrava, putx, confianca total, alias ele deve ter ficado muito satisfeito, ja que acabamos com o estoque (temp. mèdia 36ºC).



No segundo dia tava no banheiro fazendo uma necessidade basica kkk ai olhei do lado do vaso e tinha dois morcegos dormindo pendurados, acelerei o processo mas nao teve jeito, acordaram e comecaram a voar, um deles ainda raspou na minha orelha, se fosse outro cara certeza ia sair se cagando pelo corredor kkkkk, mas ai eles se acamaram e deu tempo de evitar a freada.

Como sempre andamos bastante, conhecemos os Mèdanos de Coro, uma especie de Oasis ao contrario, no meio de uma cadeias de motanhas um deserto de tamanho bem impressionante. Apesar do calor andamos por boa parte da cidade, que nao tem vida noturna apesar do centro ser bam agitado a noite. Mas duas coisas ainda me encomodam na Venezuela, uma sao os precos no minimo absurdos, tudo è caro, ainda mais comida, pra se ter uma ideia 1 kg de Omo custa R$ 14.


Coro è nota 10, o unico problema que tivemos foi pra cruzar a fronteira a partir dali.

Travessia Venezuela > Colombia pelo norte

Morrocoy é a opção dos menos abastados para se conhecer o Mar do Caribe.

Porem acredito que não perca dos outros destinos e como tudo, tudo na Venezuela é caro, imagino o preço de Los Roques.

Em dois dias conhecemos as melhores praias do local, que são realmente fora do serio, muitos bancos de corais, alem cayos (praias) e águas muito limpas e tranqüilas, porem não tem comercio, então tudo q se vá consumir tem que comprar no povoado, e como não da pra carregar muita coisa, compramos somente o que era de máxima necessidade; Cerveja.



Outra boa surpresa foi conhecermos um casal de venezuelanos, Iauanara e Alejandro, alem do filhinho deles Gabriel, 6 anos.

Os dois dias foram bem tranqüilos, e como tínhamos muito tempo ocioso, conversamos bastante com Alejandro (um cara muito consciente) sobre a situação política econômica do país, qual não são das melhores. Para se ter uma idéia ate 3 meses atrás, haviam locais que negros não eram, digamos, benvindos e se o dono de um restaurante, cinema ou loja quisesse que o negro se retirasse esse deveria cumpri-lo sem muito alarde. Porem a cerca de 3 ou 4 meses atrás Chaves assinou um decreto tornando a discriminação um ato criminoso. Estamos em 2011, isso no mínimo é um grande absurdo. Mas frases como macaquito não são muito raras.

Nos dois dias conversamos bastante sobre a relação do país com os vizinhos e sobre o “socialismo” praticado ali. Alem disso sobre a não-liberdade de expressão, já que os canais de tv e outros meios pertencem ao governo e quem não agrada perde a concessão ou recebe algum tipo de suspensão. É algo do tipo “a bola é minha, ou joga do meu jeito ou acabou a brincadeira”.

Na terceira noite conseguimos enfim usar a Lan house do povoado, ou município, sei la q isso aqui. Mas antes tivemos que esperar 20 minutos do lado de fora ao lado de um saco de lixo que tinha um animal morto a pelo menos uma semana.

Para sairmos de Tucacas a mesma briga com as cia de bus, fomos comprar uma passagem para Coro, o preço começou com Bs.F. 60,00 ate chegar a Bs.F. 45,00, alem disso a impressão nítida que temos é que os motoristas das bus... dirigem como se estivesse jogando roleta russa, so que em vez de balas, carros vindo a 120 km-h na contramão...

Holla pueblo...
Porta de entrada da Venezuela, do mochilao e de alguns problemas...

Chegamos a Caracas e enfrentamos uma hora de fila para passar pela imigração… ate ai tranqüilo. Assim que sai do desembarque, uma fila de pessoas te oferecem de tudo, taxi, cambio negro (paga ate o dobro do oficial) entre outros. Depois de negociar com um cara que tinha certeza que já tinha visto no Linha Direta e que iria nos roubar do lado de fora fomos negociar com o taxi… os preços começam absurdamente caros e vão descendo dependendo com quem fala e como fala, alias uma coisa q ja tinha aprendido e fechar a cara e dizer ¨`Es mui caro, mui caro, assim se consegue uma boa negociação… alias uma coisa negativa na Venezuela è que todo mundo quer ser mais esperto que você, então se vacilar te cobram o dobro, aqui nada tem tabela de preços, é como ¨cada persona um precio¨, isso me deixa meio puto, de taxi a padaria todo mundo que rançar sua grana.



Continuando em Caracas, conseguimos negociar um taxis com um não taxista, que nos levou ate num hotel em Sabana Grande, mas quando chegamos o preço era absurdo, então fomos andando procurar outros, todos falam que a região è muito perigosa, ate os seguranças dos lugares onde passávamos, porem decidimos correr o risco e procurar hotel, alias hotel aquí è tão caro quanto Sao Paulo e nao tem albergues ou hostels… porem depois de andar muito pegamos um taxi. Já dentro do taxi passamos por uma avenida e vi um boné igual ao meu, PUTZ perdi meu boné, aqui gritei apontando para o taxista, PÀRA, PÀRA, PÀRA,obviamente o vèio achou q eu era um assaltante a quase morreu do coração.

Enfim eu e o Andre achamos um, o mais barato q custava R$ 120.00 (UM ROUBO), pois, alias de todas as baratas q tinha desde o corredor ate o quarto e banheiro o lugar era realmente zuado… mas so tinha esse, então… De manha tivemos q fazer check out e como não guardam bagagem tivemos q andar pela cidade de Caracas com as mochilas, cada uma por volta de 13kgs..

A tarde fomos para o terminal de busetas kkkkk, so que aqui, S è S e Z è Z, então kkkkkk.

Fomos para Valencia e de la pegamos outra buseta, essa caindo aos pedaços, varias pessoas em pè e um motorista q era meio maluco, porem è mais barato, por um período de 3h pagasse R$ 15. No meio do caminho uma menina q tava do meu lado começou a gritar dizendo q tinha saído um SAPO do meu bolso kkkkkk… insistiu q o sapo tinha saído do meu bolso e passou a viagem toda sem por o pè no chão. Realmente o sapo existia e deve estar na buseta ainda, mas acho q não era meu… Ainda no meio da viagem o motorista do nada, parou, entrou num carro carro na beira da estrada e ficou uns 10 minutos. Essa hora o Andre disse q nossa mochilas já estavam no Panama, já q a grande maioria das pessoas preferem levar as mochilas no colo porque ¨ès peligroso¨...



Enfim chegamos a Tucacas, porta de entrada para Morrocoy, mar do Caribe...

Agora a viagem está tomando forma, chegou a hora de organizar a mochila...

Como as ultimas semanas estão sendo bem corridas no trabalho, ainda não tinha entrado na vibe do mochilão e sinceramentenão estava muito entusiasmado.

Mas hoje isso mudou, chegou a hora de preparar minhas mochilas, uma cargueira de 70L e uma de ataque de 17L com hidratação, mas uma vez guerreiras de viagem que vão me acompanhar nesses 25 dias longe de casa. Desta vez foi um pouco mais complicado, pois vou passar entre temperaturas de -5ºC a 30ºC, de neve ao mar do caribe, preparar uma mochila que ao mesmo tempo seja organizada, leve e completa, não foi muito fácil. Mas enfim como dizem que aprendemos com os erros do passado, acho que deu pra fazer um bom kit, obviamente que com meu grau de amnesia sei que assim que decolar vou lembrar de mais algumas coisas que esqueci, alias lembrei de uma, carregador universal...

 Mas pra facilitar desta vez me organizei por ordem de clima, levando desde máscara de mergulho até luvas e segunda pele, ate porque despacho minha mochila antes, pois vou pra Floripa a trabalho e de lá faço uma espécie de inter-conexão em SP.

Enfim, segue um foto-resumo do que levar.

Como sempre a viagem deste ano já se inicia com mudanças mesmo antes de acontecer. Quando comprei a passagem de ida (a única coisa que inicio as viagens, ja que não sei onde terminam) pensei que iria pra Trinidad Tobago, Cuba e por ai vai... porém como mochileiro e com pouca grana vi que não iria acontecer, sendo assim, o plano mudou (até agora kkk) pra finalizarmos a América do Sul, ja que passei pela maioria dos países dessas bandas, vamos fazer, eu e o grande André Gardesani, Venezuela, Colombia e Equador.

Ainda não comecei com os preparativos e planejamento de material, mas o roteiro está quase fechado, apesar que este tambem costuma mudar, até porque meu grande objetivo com essas viagens e descoberta e compreensão de novas culturas e pessoas, essas as quais acabam a me somar, e é pra isso que existe este blog, para tentar descrever e levar entendimento sobre esses locais, povos, e porque não, sobre nós mesmos...

Ate a proxima postagem, que deve ser o dia que vou tentar colocar tudo que preciso utilizar nesses vintes e pousocs dias numa mochila cargueira de 75L.

Asta...
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Agora desbravando a América Central em setembro...