Pra começar a viagem, o Luis começou a dar sinais de uma baita dor de barriga que o perseguiria por mais 4 dias (o negócio foi feio, feio), fruto de uma mistura comprada na rua de "Charqui de cerdo con choclo", uma espécie de carne seca de porco com milho gigante.

Já vacinado por uma viagem dessas que quase perdi alguns "bens preciosos" nos preparamos, Luis e eu para uma parecida, inicialmente as 3 meias do Lu, 2 calças e 3 blusas tinham sido demais.

Saímos de Copacabana as 13h, num bus pequeno mas até confortável "viagem de 3 horas ao tempero de reggaeton. Atravessamos o Titicaca de barco, enquanto nosso ônibus seguia uma caminho parecido em uma balsa construída na época dos trapalhões.

Enfim, trocamos de bus em Lá Paz e ai começou a viagem de verdade, o banheiro que tinham prometido abrir em 20min demorou umas 3 horas, o que fez com que minha bexiga de velho sofresse como um conta gotas e que exigiu imaginação e cruzadas de perna.

Fomos nas poltronas 3 e 4 naqueles ônibus panorâmicos, o exato lugar onde num acidente não sobra nem um fio de cabelo. Além disso tinham 3 crianças na poltrona ao lado que pareciam O gordo e o magro, mas tinha dois gordinhos e um palito. Provando que os bolivianos tem uma saúde de ferro, no início da viagem eles ficavam encostando o rosto no vidro e lambendo, além disso fazendo bafo de ar pra escrever, enfim, fim da viagem limpeza completa no vidro do ônibus.

Umas 4 horas antes de chegar a Uyuni o frio chegou pra livrar a minha cara de pastel, as 2 meias, 2 calças, 2 blusas e minha toca pra proteger a careca. 

Chegamos a Uyuni as 7h, e logo fomos procurar um lugar pra tomar um café e tentar matar a fome, 30 segundos depois de entrarmos o Luis começou a fazer uma cara estranha, do tipo que a gente faz quando ta enchendo a laje de um amigo pra dar uma força, uns 10 min depois, ele saiu do banheiro, e com nossos olhos ardendo gentilmente evacuamos o restaurante perseguidos por uma fumaça fedorenta e escura que parecia a "fumaça preta de Lost", mas fedorenta.